sexta-feira, 12 de março de 2010

"Pedras na vesícula" - cálculos biliares

Neste artigo:

- Introdução
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Fatores de risco
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Sintomas
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Diagnóstico
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Complicações
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Tratamento
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Prevenção

"A vesícula biliar é um órgão que se localiza junto ao fígado e tem a função de armazenar a bile, a qual é produzida pelo fígado, e liberada no intestino após as refeições. A bile ajuda na digestão das gorduras e tem um alto teor de sais biliares, que são produzidos a partir de colesterol. Assim, a vesícula funciona como uma bolsa armazenadora desses sais biliares, ricos em colesterol. Nos intervalos entre as refeições, a parte líquida da bile vai sendo absorvida pelas paredes da vesícula, fazendo com que a mesma fique mais concentrada, ou seja, menor quantidade de água. Este é o mecanismo pelo qual começam a se formar os cálculos ou pedras".

Introdução

Os cálculos biliares ("pedras na vesícula") são formados geralmente no interior da vesícula biliar. O que acontece é que quando a água da bile vai sendo absorvida, os sais biliares vão ficando mais concentrados. Como já dito, esses cálculos são ricos em colesterol. O mecanismo é semelhante ao da formação dos cálculos renais ("pedras nos rins"), e se assemelha à formação das pérolas, nas conchas. Os sais biliares, mais concentrados, vão ficando mais próximos e acabam se agrupando; com o passar do tempo, mais e mais sais se juntam aos anteriores. Já que os sais são ricos em colesterol, podemos concluir que os cálculos são formados principalmente por esse componente. Esses cálculos ficam armazenados na vesícula e, em determinado momento, podem migrar pelos canais que levam a bile até o intestino. É aí que está o maior problema.

Alguns fatores estão associados a um risco maior de desenvolvimento de "pedras na vesícula". São eles:

• Obesidade: aumenta a secreção de colesterol na bile;
• Perda importante de peso: também aumenta a perda de colesterol na bile;
• Uso de anticoncepcionais orais;
• Sexo feminino;
• Idade avançada;
• Gravidez;
• Dieta rica em gorduras;
• Vida sedentária;
• Hipertensão arterial (pressão alta);
• Tabagismo;
• Predisposição genética;
• Anemia hemolítica crônica: ocorre quando as hemácias (células vermelhas do sangue) são destruídas.

Algumas vezes, os cálculos podem não causar nenhum sintoma, de forma que o indivíduo nem imagina que tem esse problema. Os sintomas surgem principalmente quando ocorre inflamação da vesícula ou quando o cálculo migra para os canais que conduzem a bile.

No caso da migração das pedras, elas acabam obstruindo os canais, pois esses são muito estreitos. Com isso, a pressão dentro da vesícula aumenta e ocorre distensão (como se ela aumentasse de tamanho muito rápido), levando ao sintoma mais característico: a chamada cólica biliar. Essa dor aparece na região da "boca do estômago", vai aumentando de intensidade e passa a localizar-se mais para o lado direito do abdome. O indivíduo pode também contar que sente dor no ombro direito ou nas costas. Nos casos sem complicações, dura até uma hora. Pode ser desencadeada após refeição muito gordurosa, refeição normal ou quando o paciente se alimenta após um longo período de jejum.

Náuseas e vômitos podem surgir no momento em que a dor atinge o máximo de intensidade. A febre ocorre quando há inflamação dos canais ou da vesícula. Se a febre for alta e acompanhar-se de calafrios, indica a existência de infecção por bactérias, uma doença chamada colangite.

Quando o cálculo obstrui o canal de drenagem da bile, o paciente pode apresentar icterícia ("amarelão"), ou seja, fica com a pele e a porção branca dos olhos com coloração amarelada. Isso ocorre porque a bile fica "parada" na vesícula e a bilirrubina (pigmento amarelado presente na bile) vai sendo absorvida e passa para o sangue. Nesses casos, a urina pode ficar escura (amarronzada) e as fezes claras.

A história que o paciente conta é bem característica, e orienta o pensamento do médico para o diagnóstico. Para a confirmação da presença dos cálculos realiza-se o exame de ultra-som. No caso dos cálculos biliares, como a maioria é formada de colesterol, eles não aparecem na radiografia, ao contrário dos cálculos renais (que são formados principalmente por cálcio e, como os ossos, aparecem à radiografia). Por isso o ultra-som é tão importante. No entanto, outros exames podem ser utilizados, como a cintilografia.

Exames de sangue podem ser solicitados quando há suspeita de alguma complicação da doença.

Além da cólica biliar, o paciente com cálculos biliares está sob risco de outras complicações:

• Colecistite aguda: é a inflamação aguda da vesícula, que ocorre quando o cálculo fica preso logo na saída do órgão. O paciente apresenta uma dor forte e constante e também febre.

• Coledocolitíase: o colédoco é o principal canal que leva a bile desde a vesícula até o intestino. A coledocolitíase desenvolve-se quando o cálculo obstrui esse canal. Nesses casos o paciente apresenta a icterícia ("amarelão").

• Colangite: é a infecção dos canais biliares por bactérias, após a obstrução. A bile "parada" favorece a proliferação de bactérias.

• Pancreatite: inflamação do pâncreas. Ocorre porque o canal que leva a bile da vesícula para o intestino passa dentro do pâncreas e se junta com o canal principal que drena o suco pancreático. Quando o cálculo obstrui esses ductos, o suco pancreático fica retido e acaba agredindo o próprio pâncreas.

O tratamento pode ser feito com medicamentos ou por cirurgia, com a retirada da vesícula (colecistectomia). Os medicamentos atuam dissolvendo o cálculo, e podem ser indicados para aqueles pacientes que não apresentam sintomas. Porém, esse tratamento apresenta alguns inconvenientes, como: uso prolongado de medicamento caro; recorrência dos cálculos após a interrupção do uso. Esses fatores, aliados aos ótimos resultados obtidos com a colecistectomia por laparoscopia, têm feito com que a cirurgia seja preferível.

A cirurgia está indicada nos seguintes casos:

• Paciente com sintomas graves o bastante para interferir com sua rotina diária.
• Paciente que apresentou alguma complicação devido à presença dos cálculos.
• Paciente que possui algum fator que aumente seu risco de desenvolvimento de complicações.

A colecistectomia pode ser realizada de duas maneiras:

1. convencional, na qual o cirurgião faz uma incisão no abdome e visualiza diretamente a vesícula;

2. laparoscopia, na qual o cirurgião introduz duas ou três cânulas em pequenas aberturas na parede abdominal, e visualiza a cavidade por meio de um monitor. A via laparoscópica é preferida, pois o resultado estético é melhor, a dor no pós-operatório é mais leve, a duração da internação é menor e o paciente volta mais rápido ao trabalho e a suas atividades habituais.

Outro tratamento que pode ser utilizado é a litotripsia extracorpórea, da mesma forma que utilizada para os cálculos renais. Nessa técnica, aplicam-se ondas de choque na superfície do abdome, dirigidas ao cálculo, com o objetivo de quebrá-lo em pedaços menores que possam ser eliminados. Deve ser utilizada em associação aos medicamentos que dissolvem os cálculos. Porém, as indicações desse tratamento são restritas.

Ainda não foram determinadas maneiras para prevenir a formação dos cálculos biliares, porém algumas recomendações são feitas:

• Dieta rica em fibras e com menor quantidade de gordura;
• Manter o peso ideal, evitando a obesidade;
• Prática de atividades físicas;
• Interromper o tabagismo.

fonte: http://boasaude.uol.com.br
Postado por: Arcângela Cássia

quinta-feira, 4 de março de 2010

Alergias Respiratórias

Com a chegada do inverno muitas pessoas, adultos e crianças, são acometidos pelas chamadas alergias respiratórias. A grande maioria dos pacientes apresenta sintomas de rinite (espirros e escorrimento pelo nariz, principalmente pela manhã), bronquite (tosse com ou sem catarro) e asma (falta de ar ou dificuldade de respirar).

Antes de tudo, é bom saber o que é alergia. Trata-se de uma doença hereditária (transmitida dos pais para os filhos), relacionada ao sistema imunológico (de defesa) da pessoa. Se um dos pais é alérgico, a chance de o filho ser é de 20%; se os dois pais são, as chances passam a ser de 80%. Este fator sofre influências, também, da região e do ambiente onde a pessoa vive, que podem, ou não, facilitar o desencadeamento da doença, explicam os especialistas em alergia clínica e ambiental.

Segundo os médicos, no caso do Brasil, um país tropical com grande extensão territorial, as pessoas alérgicas sofrem influências de fatores ambientais inerentes a cada região, por exemplo: no sul, são registrados mais processos alérgicos desencadeados devido ao pólen que cai das flores e à alimentação.

Nas grandes cidades do sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo, as influências são devido à poluição ambiental causada pela fumaça do trânsito, indústrias e chaminés.

Caso seja comprovado o fator alérgico – como tosse constante, dor no peito e nariz escorrendo, com freqüência –, os médicos aconselham a procurar um especialista, para diagnosticar as causas. Na maioria dos casos, as alergias podem ser controladas evitando-se o contato com as substâncias causadoras, monitorando o ambiente e eliminando os fatores externos que possam estar desencadeando o processo alérgico. O correto é tratar os sinais e sintomas da doença, para que ela não progrida. Em algumas situações, no entanto, é necessária a prescrição de medicamento antialérgico (corticóides como última opção).

Conforme atesta o médico, alguns casos mais graves, como a asma não controlada e as reações anafiláticas devem ser tratadas com urgência. A reação anafilática, que pode ser desencadeada, principalmente, por picada de insetos (abelhas, vespas e formigas), medicamentos (antibióticos, ácido acetil salicílico entre outros) e ingestão de certos alimentos (como frutos do mar), tem como sintomas: inchaço principalmente da região do rosto (boca e olhos), dificuldade de respirar e tontura.

Além dos fatores genético e ambiental, o especialista alerta para a tendência de alimentos – como corantes, chocolate e leite – serem grandes desencadeadores de alergia. Ou seja, para driblar esta grande vilã, que acompanha a humanidade durante séculos, é importante minimizar os fatores de risco, procurando viver em um ambiente seco (sem umidade), ventilado (sem fungo e ácaro – parasita responsável por desencadear processos alérgicos) e limpo (sem poeira ou sujeira).

Dica

limpe a casa com um pano umedecido em água ou álcool, evitando desinfetante e outros produtos químicos. Nada de espanador, cortinas de tecido e carpete, que concentram muita poeira. Os ácaros, principais causadores de alergia, são abundantes nos colchões e travesseiros, locais onde costumamos passar grande parte do nosso dia e por isso é imprescindível o uso de capas impermeáveis aos ácaros. Evite ter no quarto almofadas, bichinhos de pelúcia e cortinas pesadas, pois tudo isso se torna ninho de ácaros. Deixe entrar ar e sol sempre que possível nos cômodos, evitando assim o aparecimento de fungos.

Os principais tipos de alergias respiratórias

Rinite Alérgica

Sintomas:

coceira no nariz, nariz escorrendo e muitos espirros.

Causas:

pó (ácaros e fungos), cheiros fortes, lustra móveis, fumaça de cigarro, mudança de temperatura.

Portanto, a melhor medida para aliviar suas crises é evitar as causas: manter a casa arejada, evitar produtos de limpeza com cheiro forte, eliminar focos de mofo, principalmente dos armários e forrar colchões e travesseiros com capas anti-ácaro, além de evitar sair, bruscamente, de locais quentes para locais com ar condicionado.

Bronquite Alérgica

Sintomas:

tosse, peito cheio.

Causas:

infecção, poeira doméstica

Asma

Sintomas:

chiado no peito, dificuldade de respirar, tosse.

Causas:

infecções, poeira doméstica, cheiros fortes, inseticidas, lustra móveis, tinta e alguns medicamentos, como, por exemplo, Aspirina, AAS, Novalgina.

Para o reconhecimento da asma é necessário conhecer suas diferentes manifestações: na asma leve os sintomas são discretos e esporádicos, não há sintomas entre as crises, não prejudica o sono, não atrapalha as atividades físicas, não provoca falta às aulas ou ao trabalho. Na asma moderada os sintomas já são mais significativos: há cansaço, chiado e tosse, aparecem sintomas noturnos e prejudica o sono, atrapalha as atividades diárias (estudo, trabalho, esportes). Na asma forte, os sintomas são intensos e até diários, o sono é muito prejudicado, há muita interferência na vida escolar e profissional, as atividades físicas são limitadas.

Dermatoses Alérgicas

a) Dermatite de contato

Caracteriza-se por coceira e inchaço local. É causada pelo contato da pele com alguma substância irritante ou alergênica, como por exemplo: níquel de bijuterias, certas tintas como de jornal, certos cosméticos, produtos de limpeza, etc.

b) Dermatite Atópica ou Eczema

O principal sintoma é a coceira na pele desencadeada por algum tipo de alergia.

Alguns especialistas definem dois tipos de eczema: o atópico e o de contato.

O atópico é mais comum em crianças e as coceiras aparecem principalmente na parte posterior das pernas, cotovelos, pescoço e dorso das mãos. Na maioria dos casos, tende a desaparecer na puberdade. Suas causas não estão bem definidas, mas acredita-se que determinados corantes e conservantes alimentares possam ser uns dos responsáveis. A pele se torna seca na região, o que acaba piorando a coceira, por isso aconselha-se manter a pele sempre hidratada, evitar banhos quentes e prolongados e usar sabonetes especiais sem esfregar.

O de contato pode ser desencadeado pelo contato da pele com algum tipo de substância como níquel, látex e conservantes. É preciso identificar a causa e evitar o contato.

Fonte: www.sespa.pa.gov.br

Alergias Respiratórias

Alergia é uma forma diferente de reagir a estímulos aparentemente inofensivos. As alergias mais freqüentes são a asma (ou bronquite) e a rinite. A primeira é crônica e provoca falta de ar, chiado e cansaço. Atinge 10% da população mundial e ainda causa a morte de muitos jovens. Já a rinite é decorrente da sensibilidade exagerada da mucosa nasal, caracterizando-se por espiros repetidos, coriza, congestão e coceira no nariz. Embora tenha sintomas semelhantes aos do resfriado, a rinite não dá febre e não é infecciosa. Há genes que determinam maior susceptibilidade à doença, que pode aparecer em qualquer idade, sendo mais comum na infância.

Asma ou rinite? As principais causas da asma e da rinite são alergia à poeira doméstica, a ácaros, ao mofo, aos pêlos de animais e a alimentos. Entre os fatores irritantes, estão a fumaça de cigarro, as mudanças de tempo e a poluição, além das gripes, resfriados, uso de certos medicamentos e aspectos emocionais, como o estresse. A poeira doméstica, por exemplo, mistura substâncias vivas e inertes, constituídas de restos humanos, fibras de tecidos, escamas da pele humana e dos animais, bactérias, mofo, bolores e ácaros. No inverno, a umidade e a temperatura favorecem ácaros e bolores. Além disso, a permanência das pessoas dentro de casa é agravado pelo uso de carpetes, cortinas e cobertores, fontes de ácaros.

A maior incidência de gripes e resfriados piora a asma e a rinite. Os sintomas da alergia são uma reação de defesa do organismo, que age através de anticorpos de um tipo especial (chamado imunoglobulina E ou IgE), que o alérgico fabrica em grande quantidade. Estes anticorpos estão na mucosa respiratória e se ligam a um tipo de célula especial, chamada mastócito. A reação do alérgeno (substância que causa alergia) com o anticorpo IgE libera substâncias químicas pelos mastócitos (mediadores), provocando inflamação local, responsável pelo inchaço da mucosa. A repetição do processo alérgico causa inflamação crônica.

O médico pode realizar testes cutâneos alérgicos para confirmar o diagnóstico e programar o tratamento. As crises leves passam desapercebidas. Os sintomas são discretos e o sono não é prejudicado. Às vezes, tosse é o único sintoma. Nas crises moderadas, os sintomas são mais fortes, com chiados intensos, falta de ar, tosse e cansaço. A pessoa não dorme bem e não consegue praticar exercícios. Nas crises fortes, a falta de ar é grave, ocorre mal-estar e chiado intenso. Em alguns casos, a respiração é pesada, rápida. O indivíduo mal consegue falar ou caminhar.

Para controlar a asma, é preciso conhecer seu tipo, avaliar a função pulmonar (através) da medida do sopro ou peak flow) e saber interpretar suas variações. A rinite alérgica prejudica muito a qualidade de vida e o convívio social. Os sintomas são espirros repetidos, coriza líquida abundante, coceira nasal, congestão nasal, olhos avermelhados e irritados, além de pigarro ou tosse. Mas muitos não se preocupam com os sintomas, que podem se manter por meses. Neste caso, o problema prejudica o nariz, forçando a respiração pela boca. Há sensação de desconforto na garganta, variando de pigarro a amigdalites e faringites repetidas.

Nas crianças, a respiração bucal prolongada leva também à diminuição do apetite. Estes pacientes dormem mal e roncam à noite, prejudicando o aprendizado na escola porque tornam-se sonolentas e desatentas. O hábito de respirar pela boca pode ser prejudicial também aos dentes, causando deformidades no tórax, mesmo quando a criança não tem asma. Outras complicações da rinite são sinusites, amigdalites ou faringites, inflamações repetidas no ouvido e hipertrofia das adenóides (chamadas de carnes do nariz). Há alterações no olfato, no paladar e na audição, além de dores de cabeça, falta de ar, tosse, febre e olheiras.

O inverno propicia também o aparecimento de infecções respiratórias, que causam espasmo (estreitamento), edema (inchaço) e inflamação, resultando em crises de rinite e asma. Alguns tipos de vírus provocam mais asma que outros. Um exemplo é rinovírus, que ataca bebês. Por isto, o alérgico deve evitar locais com multidões ou contato com pessoas gripadas. nas crianças alérgicas e nos idosos, são indicadas vacinas para tratar a gripe. As infecções por bactérias não têm relação direta com a rinite ou com a asma, embora possam agravar a inflamação das vias respiratórias.

As alternativas de tratamento

A sinusite é a inflamação da mucosa que reveste os seios da face. Os sintomas são sinusite, dor de cabeça, congestão e secreção nasal purulenta. Nas crianças, a dor de cabeça pode estar ausente. O único sintoma é a tosse, que piora à noite. A sinusite piora a rinite e causa infecções oculares, pneumonias, asma e até meningite. Para cada pessoa e faixa de idade, há diferentes fatores desencadeantes de alergia. Idosos, crianças e gestantes têm características imunológicas que os tornam mais vulneraveis às infecções respiratórias, aumentando as chances de piora da alergia no caso de virose respiratória. A tosse não é doença, mas um sintoma de alteração do organismo. Tossir é um reflexo natural para desobstruir as vias aéreas e constitui um mecanismo de defesa, auxiliando a expulsão de agentes nocivos das vias aéreas. Pode ser recente ou crônica, seca ou com catarro, ocorrendo isoladamente ou em acessos, com horário certo ou não. Pode ser rouca ou acompanhada de vômitos associados. É importante que o paciente e a família saibam que, se a tosse permanece, é necessário consultar um médico, em vez de insistir no uso de xaropes caseiros. A asma e a rinite precisam ser tratadas de forma contínua e não só nos momentos de crise. O primeiro passo é identificar a causa da alergia e afastá-la. Para asma e rinite, recomendam-se medidas de controle ambiental contra a poeira e ácaros. O segundo passo é a escolha de remédios para reduzir a inflamação e controlar os sintomas. O terceiro passo é o uso de vacinas (imunoterapia).

Quanto mais se consegue melhorar o ambiente da casa onde vive o alérgico, melhores os resultados, menos remédios e menos vacinas. Medidas devem ser tomadas para evitar o contao abusivo com os alergenos, principalmente em relação à limpeza da casa e do dormitório. A limpeza diária da casa deveser feita com pano ímido, evitando o uso de espanadores. O ideal é que o ambiente seja arejado, sem tapetes ou cortinas. Devem-se evitar animais dentro de casa. O cigaroo é proibido.

Para rinite, indicam-se antialérgicos ou ant-hitamínicos (medicamentos que aliviam os sintomas como coriza, espirros e obstrução nasal), sob a forma de xaropes, comprimidos e, atualmente, em sprays para uso nasal. mas o tratamento da rinite alérgica exige medicações preventivas como cromoglicato dissódico ou os corticóides nasais, que atuam como agentes inibidores da inflamação alérgica. Para a asma, há medicamentos de alívio, como broncodilatadores, usados no momento de crises e remédios preventivos, como o cromoglicato, o nedocromil e sprays de corticóides (que reduzem a inflamação), usados sob orientação médica. O objetivo das vacinas é diminuir a sensibilidade à poeira e aos ácaros. O tratamento é a longo prazo, mas tem bons resultados. As injenções são via subcutânea, com doses crescentes do antigeno. A alergia é crônica e deve ser tratada também de forma preventiva. Recomenda-se praticar esportes ao ar livre, ter alimentação saudável, com bastante líquido e não fumar. O alérgico, bem orientado, pode levar uma vida vida normal, sem restrições.

Fonte: www.asmaticos.org.br

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

O que é?

Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória de causa desconhecida.

Para que se desencadeie a doença, agentes externos desconhecidos (vírus, bactérias, agentes químicos, radiação ultravioleta) entram em contato com o sistema imune de um indivíduo que está com vários genes erradamente induzindo produção inadequada de anticorpos. Estes anticorpos são dirigidos contra constituintes normais (auto-anticorpos) provocando lesões nos tecidos e também alterações nas células sangüíneas.

É uma doença razoavelmente comum no consultório dos reumatologistas. Melhor conhecimento médico e avanço em métodos diagnósticos devem ser os motivos pelos quais o LES tem sido diagnosticado com mais freqüência e seu prognóstico é muito melhor do que há 15 anos atrás.

Atinge principalmente mulheres (9:1) em idade reprodutiva, iniciando-se mais comumente entre 20 e 40 anos. Pode ser bastante benigno até extremamente grave e fatal.

O que se sente?

As manifestações clínicas são muito variáveis entre os pacientes.

As queixas gerais mais freqüentes são mal-estar, febre, fadiga, emagrecimento e falta de apetite, as quais podem anteceder outras alterações por semanas ou meses. Os pacientes já poderão estar sentindo dor articular ou muscular leve e apresentando manchas vermelhas na pele que passam por urticária.

As alterações mais freqüentes ocorrem na pele e articulações.

Pele e mucosas

Há muitos tipos de lesão cutânea no LES. A mais conhecida é a lesão em asa de borboleta que é um eritema elevado atingindo bochechas e dorso do nariz. Manchas eritematosas planas ou elevadas podem aparecer em qualquer parte do corpo.

Muitos pacientes com LES têm sensibilidade ao sol (foto-sensibilidade). Assim, estas manchas podem ser proeminentes ou unicamente localizadas em áreas expostas à luz solar. Outras vezes, as lesões são mais profundas e deixam cicatriz (lúpus discóide).

Começam com uma escamação sobre a mancha eritematosa. Com o passar do tempo a zona central atrofia e a pele perde a cor, ficando uma cicatriz que pode ser bastante desagradável.

Há casos de lúpus discóide em que nunca haverá outros problemas, isto é, não haverá lúpus sistêmico. Estes pacientes devem ser seguidos com atenção pois não há como acompanhar a evolução sem exame físico e laboratorial.

Queda de cabelo é muito freqüente. Os fios caem em chumaços e muitos são encontrados no travesseiro. É sinal de doença ativa.

Apesar de não serem freqüentes, são úteis para o diagnóstico o aparecimento de feridas dentro do nariz, na língua e na mucosa oral.

Aparelho locomotor

A grande maioria dos pacientes tem artrite. Esta costuma ser leve e melhorar rapidamente com tratamento. Entretanto, há poucos casos em que aparecem lesões destrutivas que podem ser bastante graves.

O uso de corticóide por longo tempo (que muitas vezes é indispensável) pode provocar, em cerca de 5% dos pacientes, necrose em extremidade de ossos longos, principalmente fêmur.

Tendinites ocorrem com freqüência e podem acompanhar as crises de artrite ou se manifestarem isoladamente. Regiões não habituais como tendão de Aquiles podem incomodar por bastante tempo. Poucas vezes há lesões graves.

Lúpus crônico pode provocar deformidades nas mãos que lembram artrite reumatóide.

Miosite (inflamação das fibras musculares) não é um evento comum, mas pode ser grave e confundir com outras doenças musculares. Dor muscular discreta pode ocorrer e não é preocupante.

Rins

É muito freqüente haver glomerulonefrite lúpica. Felizmente, a maioria dos pacientes sofre de lesões leves e não progressivas, sendo sua única evidência discretas alterações no exame de urina, ou apresentam lesão renal que responde muito bem ao tratamento.

Quando há proteínas, hemácias, leucócitos e vários tipos de cilindros no exame de urina e aumento da creatinina no sangue estamos diante de uma situação grave mas de modo algum sem solução.

O aumento da pressão arterial é indicativo de gravidade.

Sistema nervoso

Raízes nervosas periféricas e sistema nervoso central (SNC) em conjunto estão comprometidos em mais da metade dos pacientes com LES.

Dor de cabeça, mais do tipo enxaqueca, é a manifestação mais comum quando há inflamação do sistema nervoso central. Como é uma queixa muito freqüente na população normal, muitas vezes não é valorizada.

Não raramente outras manifestações que podem aparecer são:

Neurite periférica (ardência, formigamento, queimação, perda de força)
Distúrbios do comportamento como irritabilidade, choro fácil, quadros mais graves de depressão e mesmo psicose.
Convulsões (pode ser a primeira manifestação em crianças).
Coréia (movimentos involuntários e não coordenados de membros superiores e inferiores), muito mais raro.

Há uma regra que deve ser seguida obrigatoriamente em "neurolúpus": descartar a possibilidade de haver infecção

Outro detalhe que deve ser observado é ansiedade e depressão que ocorrem em pessoas com doença crônica (e que pode ser grave) e com problemas estéticos provocados pela dermatite ou uso de corticóide.

O síndrome anti-fosfolípide pode ser uma entidade isolada ou acompanhar o LES. Ocorrem trombos em veias e artérias de qualquer tamanho, provocando embolias. A ocorrência de microtrombos no cérebro provoca infartos pequenos com manifestações pouco observáveis de início. Pode ser uma causa de grave repercussão do LES no SNC.

Quando os trombos se instalam na placenta são causa de abortamento.

Coração

Inflamação isolada da membrana que envolve o coração (pericardite) não é rara e é facilmente resolvida. Lesões graves em válvulas, inflamação do miocárdio e das coronárias não são freqüentes.

Palpitações, falta de ar e dor no precórdio são sinais de alerta. Podem estar presentes desde o início da doença.

Pulmões

Mais da metade dos pacientes sentem dor nas costas ou entre as costelas devido à inflamação da pleura. Quando é leve, só aparece ao respirar fundo e a radiografia pode ser normal, isto é, sem derrame. Piorando, a dor fica mais forte e a respiração mais difícil e acompanhada de tosse seca.

Também ocorrem inflamação nos alvéolos (cuidado com infecção ao mesmo tempo) e nas artérias (raro e muito grave).

Vasos

É muito freqüente no LES os pacientes estarem com mãos frias que, quando em contato com superfície gelada ou quando a temperatura ambiente é baixa, passam de pálidas para roxas (cianose) e por vezes com dor na ponta dos dedos. Chama-se fenômeno de Raynaud. Pode ocorrer em pessoas que nunca terão a doença mas pode preceder por anos as outras manifestações de LES ou outras doenças inflamatórias auto-imunes.

Inflamação de vasos chama-se vasculite. Dependendo da intensidade da inflamação haverá de manchas eritematosas até pontos de gangrena na região irrigada pelos vasos comprometidos.

Olhos

Conjuntivite ou outras manifestações são pouco comuns. Uma complicação grave são trombos no fundo do olho na presença de síndrome antifosfolípide.

Aparelho digestivo

Complicações graves são muito raras. Os medicamentos são a causa mais freqüente das queixas tipo azia, dor abdominal e falta de apetite.

Em poucos pacientes aumentam as enzimas hepáticas, mostrando haver inflamação no fígado. Nesta situação, deve-se sempre descartar a concomitância de duas doenças e procurar infecção viral.

Sangue

Anemia leve é muito comum e é controlada com o tratamento habitual da doença. Piora em pacientes mais graves e quando há insuficiência renal.

Anticorpos dirigidos diretamente contra glóbulos vermelhos podem ser de difícil controle; ocorre em menos de 20% mas pode ser uma forma de início do LES e, como o tratamento com corticóide em dose alta mascara outras manifestações, o diagnóstico pode não ser percebido.

Pode haver queda importante de glóbulos brancos (risco de infecção) e de plaquetas (risco de sangramento).

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do LES é feito através da associação de dados clínicos e laboratoriais.

O médico precisa lembrar-se do lúpus e há algumas pistas que auxiliam bastante mesmo quando as manifestações clínicas são pobres. Mulher em fase de reprodução (crianças e mulheres depois da menopausa também têm lúpus) com dor articular, sensação de estar doente, emagrecimento, "urticárias" de repetição, queda de cabelo, fenômeno de Raynaud, exames antigos com alterações tipo glóbulos brancos baixos, alterações na urina, anemia não explicada podem ser manifestações de início da doença.

A pesquisa dos anti-anticorpos é utilizada para diagnóstico e alguns deles para acompanhamento da doença:

FAN (fator antinuclear) é o mais freqüente.
Anti-dsDNA é sinal de doença ativa e geralmente com doença renal.
Anti-Sm não é muito freqüente mas, quando presente, confirma o diagnóstico.

A utilização clínica da presença destes auto-anticorpos e de vários outros é extremamente útil. Deve ser feita pelo reumatologista pois não são específicos, isto é, aparecem em mais de uma doença e a combinação da presença de um ou mais auto-anticorpos com a clínica é que permite que se chegue a um diagnóstico.

Critérios diagnósticos do LES

Na tabela a seguir estão os critérios do Colégio Americano de Reumatologia de 1982 modificados. Deve ser utilizada por médicos

1. Erupção malar: Eritema fixo plano ou elevado sobre as regiões malares e dorso do nariz.
2. Lesão discóide: Placas eritematosas com escamação aderente,comprometimento dos pelos e cicatrização com atrofia.
3. Foto-sensibilidade: Erupção cutânea que aparece após exposição à luz solar.
4. Úlceras orais: Ulceração de nasofaringe ou boca vista por médico.
5. Artrite: Não erosiva comprometendo duas ou mais articulações periféricas.
6. Serosite: Pleurite documentada por médico; pericardite documentada por ECG ou médico.
7. Desordem renal: Proteína na urina maior do que 500mg por dia ou +++ em exame comum; cilindros de hemácias, granulosos, tubulares ou mistos.
8. Desordem neurológica: Convulsões ou psicose na ausência de outra causa.
9. Desordens hematológicas: Anemia hemolítica, menos de 4000 leucócitos/mm3 em 2 ou mais ocasiões, menos de 1500 linfócitos/mm3 em 2 ou mais ocasiões, menos de 100.000 plaquetas/mm3 na ausência de outra causa.
10. Desordens imunológicas: Anti-DNA positivo ou anti-Sm positivo ou falso teste positivo para lues (sífilis) por mais de 6 meses com FTA-ABS normal.
11. FAN positivo: Na ausência de uso das drogas que podem induzir lúpus.

Para que se faça diagnóstico de lúpus são necessários quatro critérios ou mais. Para utilizarmos pacientes em um trabalho de pesquisa devemos seguir à risca a soma dos critérios. Na prática, se tivermos dois ou três critérios "fortes" como artrite, dermatite e FAN e não encontrarmos outra doença fazemos o diagnóstico e tratamos pois tratamento eficaz e precoce sempre leva a melhor prognóstico.

Como é o tratamento?

Mesmo havendo protocolos internacionais para o tratamento de doenças complexas como o LES, cada paciente tem a sua história.

Sabemos qual o melhor medicamento para cerebrite, nefrite, dermatite, mas os resultados são individuais. O tratamento do lúpus não é um esquema pronto para ser executado e as características de cada caso ditarão o que se deve fazer, tornando-o artesanal.

Os medicamentos utilizados podem provocar efeitos colaterais importantes e devem ser manejados por profissionais experientes.

Os pacientes devem estar alertas para os sintomas da doença e para as complicações que, embora raras, podem aparecer. Se forem prontamente manejadas é muito mais fácil solucioná-las.

Naturalmente, não é nossa intenção instruir o tratamento do LES. Este deve ser feito por médicos experientes e os pacientes não devem modificá-los sem orientação.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

A doença tem cura?

Qual a finalidade do tratamento?

O tratamento é esta receita somente ou devo repetí-la?

Há interferência com outros remédios que estou usando?

Quais os efeitos colaterias? Devo fazer exames de controle?

Existem problemas com obesidade?

Qual a importância de exercícios e repouso?

Que cuidados devo ter com meus hábitos diários, profissionais e de lazer?

Existem problemas com o uso de anticoncepcionais? Com gravidez?

Existem problemas com exposição ao sol e luz fluorescente?

Fonte:www.abcdasaude.com.br

Dermatomiosite

Definição:

Doença do tecido conjuntivo caracterizada por inflamação e degeneração dos músculos do corpo todo (sistêmico) e da pele.

Causas, incidência e fatores de risco:

A causa deste distúrbio é desconhecida. Especula-se que a doença possa ser causada por uma reação auto-imune ou por uma infecção viral no músculo esquelético. A condição pode afetar pessoas de qualquer idade, mas ocorre com mais freqüência em adultos de 50 a 60 anos e em crianças de 5 a 15 anos de idade. A incidência é duas vezes maior entre as mulheres. A fraqueza muscular pode aparecer de repente ou se desenvolver lentamente ao longo de semanas ou meses. A pessoa afetada pode apresentar dificuldade para levantar os braços acima da cabeça, para levantar-se quando está sentada e para subir escadas. Uma erupção parda e avermelhada pode aparecer no rosto, no pescoço, nos ombros, na parte superior do peito e nas costas. Pode haver dor articular, inflamação do coração e doença pulmonar. Este distúrbio pode estar associado a uma doença maligna, mas isso é raro. Uma condição semelhante, denominada polimiosite, ocorre quando os sintomas estão desacompanhados de manifestações cutâneas. A incidência de dermatomiosite é de 5 em cada 10.000 pessoas.

Figuras